segunda-feira, 25 de março de 2013

QUANDO A IDEIA E O QUE VENDE MAIS

Empresas de esquema pirâmide tendem a lucrar mais com o recrutamento de novos consultores que com a comercialização de seus produtos

Em dezembro do ano passado, Bill Ackman, dono de um dos maiores fundos de hedge dos Estados Unidos, apresentou uma palestra de mais de três horas a investidores defendendo que a Herbalife, empresa de shakes e bebidas para perda de peso, não passa de um esquema de pirâmide – em que o lucro principal vem do recrutamento de novos vendedores, e não da venda dos produtos. Nos dias seguintes, a gigante de US$ 8 bilhões despencou na bolsa americana, e passou a se recuperar em janeiro, quando desafetos pessoais de Ackman começaram a investir na Herbalife, em uma briga pessoal.

A pergunta sobre o modelo de negócio da Herbalife, no entanto, continua. A Securities and Exchange Comission (a comissão de valores mobiliários dos EUA) abriu uma investigação para analisar o modelo de negócio da empresa. Na Bélgica, a empresa foi banida de operar no país.
Sem pontos de venda no varejo, a Herbalife comercializa seus produtos através de um exército de 2,7 milhões vendedores em 88 países. Além de ganhar com a venda dos produtos, esses “associados”, ou vendedores, também têm a opção de serem remunerados recrutando novos vendedores para a marca. Há um incentivo para encontrar novos vendedores: à medida que cresce a rede de recrutados, aumenta também a comissão de quem os recrutou. Essa estrutura, chamada de marketing multinível, não é ilegal nem exclusiva da Herbalife. Outras empresas conhecidas, como Natura, Avon e Mary Key, também trabalham nesse esquema, uma ramificação do modelo de venda direta.
O problema é que a linha que diferencia uma empresa de marketing multinível com uma de esquema de pirâmide é tênue e difícil de ser identificada. Basicamente, a questão mais importante é se o produto que está sendo vendido tem ou não mercado – e se esse mercado é verdadeiro. Há casos em que os produtos apenas parecem estar sendo comercializados, mas isso ocorre porque os novos vendedores são obrigados a comprar uma “cesta de produtos” antes de se tornarem associados. Ou seja, o produto é vendido, mas o incentivo da compra não está na qualidade do produto, e sim na possibilidade de se tornar um vendedor da marca. Esse é justamente o argumento de Ackman contra a Herbalife: a maioria dos produtos da Herbalife fica na mão dos próprios distribuidores.
“O modelo de marketing multinível é legítimo e precisa ser melhor entendido”, diz Roberta Kuruzu, diretora-executiva da Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta (ABEVD), da qual a Herbalife é associada. “Nas empresas honestas, o revendedor tem de conseguir fazer dinheiro tanto com a venda de produtos quanto com o aumento da sua rede. É uma opção dele. Agora, se o foco da empresa é só na captação de novas pessoas, é preciso prestar mais atenção porque o caso pode ser um esquema de pirâmide”, diz ela. A ABEVD não comenta o caso da Herbalife.
Herbalife diz que suspeita de pirâmide é especulativa
A Herbalife no Brasil, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que as acusações do investidor norte-americano Bill Ackman são puramente especulativas. “Baseado em informações desatualizadas, distorcidas e imprecisas, o investidor fez uma análise errônea sobre o modelo de negócios da Herbalife. (...) A alta direção e o conselho de administração da empresa estão constantemente revisando nossas práticas de negócios e produtos. A Herbalife também contrata “experts” independentes e externos, para garantir que as operações estejam em plena conformidade com as leis e regulamentos”, diz a empresa.
Em julho passado, uma comissão de pesquisadores da Northewestern University, considerada uma universidade de elite dos EUA, publicou um estudo afirmando que a Herbalife é uma empresa legítima de marketing multinível. O farmacologista vencedor do Nobel da Medicina de 1998, Louis Ignarro, também já defendeu a empresa e seus produtos publicamente.
No Brasil, a Herbalife diz ter crescido 19,8% em suas vendas líquidas em 2012, na comparação com o ano anterior. “Os bons números também são consequência das diversas iniciativas que tivemos em lançamentos de novos produtos, expansão das filiais, investimentos em exposição da marca, juntamente com a adoção bem sucedida de métodos de operação que incentivam o consumo diário de produtos da empresa”, diz, via nota, Gioji Okuhara, diretor-geral da Herbalife Brasil.

Telefonia via internet
Ministério da Fazenda acusa Telexfree de operar esquema
No último dia 14 de março, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), órgão do Ministério da Fazenda, divulgou uma análise acusando a Telexfree, empresa de venda de pacotes Voip (telefonia via internet) , de operar um esquema de pirâmide no Brasil.
“A oferta de ganhos altos e rápidos proporcionados principalmente pelo recrutamento de novos entrantes para a rede, o pagamento de comissões excessivas, acima das receitas advindas de vendas de bens reais e a não sustentabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela organização sugerem um esquema de pirâmide financeira, o que é crime contra a economia popular, tipificado no inciso IX, art. 2º, da Lei 1.521/51”, afirma a análise da Seae.
O estudo foi enviado à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, que podem ou não promover uma investigação sobre o caso. Ao menos em sete estados do país, a Telexfree já está sendo investigada pelos órgãos regionais do Ministério Público. Telexfree é apenas o nome fantasia da empresa Ympactus Comercial Ltda, que no Brasil tem sede no Espírito Santo. A empresa, no entanto, foi fundada nos Estados Unidos, em 2002. De acordo com site G1, a Ympactus nega qualquer irregularidade.


fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1356715&tit=Quando-a-ideia-e-o-que-vende-mais

#FICAADICA
Precisamos ficar atentos aos sinais de cada tipo de negócio.
O MMN (Marketing Multi Nível ou Marketing de Rede) é legítimo, mas como em qualquer tipo de negócio ou empreendimento, existem aqueles que conseguem atingir seus objetivos e aqueles que se deixam levar por promessas.
Independente da marca que a matéria tenha colocado em xeque, analise suas oportunidades de venda, para depois ingressar no sistema de recrutamento. 
Se os produtos da marca em questão são facilmente vendidos, este é uma sinal claro que as possibilidades de ganho provem num primeiro momento da venda de produtos, e posteriormente podemos agregar o 'recrutamento' como forma de ganho também.
Outros sinais de que a empresa/marca que opera o MMN é séria, seria observarmos como ela lida com questões de legislação (se ela paga o INSS referente ao pagamento de suas comissões), se as comissões são pagas em dinheiro ou em produto.
Caso seja em produto ou algum tipo de bônus (como percentual de desconto em futuras compras) não significa que a empresa é uma farsa, mas podemos considerar que existem opções melhores no mercado, que fazem seus pagamentos com depósito direto em conta corrente ou outro tipo de sistema de pagamento/recebimento, muito comum na internet globalizada de hoje.
O sistema de VENDA DIRETA não pode ser penalizado por alguns sistemas de MMN que são mais favoráveis às vendas de uma ideia, do que da venda de seus produtos!!
PENSE ANTES DE ENTRAR NESSE NEGÓCIO!



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